sábado, 25 de julho de 2015

dar VS receber

O que para mim é válido para outros não tem qualquer tipo de lógica ou fundamento, e nesta coisa do dar e receber há sempre quem tenha uma opinião diferente, ou melhor, unânime, mas na prática digamos que o caso muda de figura [o politicamente correcto]. É muito bonito dizermos [vamos, todos em coro] que o bom da vida é dar sem receber nada em troca, mas agora [novamente todos em coro] também sabemos que isso não é bem assim. Tenho uma visão muito própria em relação a este assunto, e foi a vida que ma ensinou. De facto, cada vez que ofereço um bem material a alguém não espero de TODO que essa pessoa me retribua, até porque isso passa-me ao lado. Não invalida que não goste de receber mimos, como toda a gente, mas não é isso que me move. Sou desligada de coisas e ligada a sentimento e sensações. Uma das minhas melhores amigas não me costuma oferecer nada no meu aniversário, assim como eu não tenho por hábito lhe dar nada e no entanto, eu amo-a de paixão. [Sou a mulher perfeita para qualquer homem, ah ah ah]. Faço tudo por ela e ela por mim, Por exemplo, isso já diz um bocado sobre a minha ligação com o dar e não receber. Já dei imenso a uns, pouco a outros, mas neste aspecto material, sou desligada. Dou e pronto. Quando quero e me apetece. E assim sabe muito melhor. Normalmente as minhas melhores prendas são essas, sem motivos e obrigações. E na verdade, sou um bocado assim em muitos aspectos pessoais e tenho noção que para alguns é um conceito difícil de entender. Pareço desligada do mundo e que não me importo, mas é só a minha forma de ser, que não pode ser igual à dos outros todos. A vida molda-nos, transforma-nos. No que toca a dar sentimentos, a minha interpretação das coisas muda completamente. No amor e na amizade não devemos rastejar e implorar aquilo que deve ser dado de livre e espontânea vontade. Aí, cobro. Estarei a ser injusta? Ora vejamos, despendo do meu tempo, psicologicamente estou sempre presente, em qualquer situação que seja necessário eu estou lá, dou de mim o que poucos têm a sorte [ou não] de ter, demonstro os meus sentimentos de coração aberto e sou completamente disponível. Não há retorno, e agora? Obviamente tem que haver margem para o retorno tendo em conta que isto não é tão linear assim: dou/recebo. Há dias, semanas, meses difíceis, e se gostamos verdadeiramente de alguém não desistimos logo à primeira, mas... ficamos à espera do dia em que nos vão dizer: 'olha gosto de ti. Estou aqui para ti também' Estão a acompanhar? A vida, as relações, as pessoas são feitas disto, de sentimentos e se dermos sem receber, qual é o sentido afinal?

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