sábado, 22 de agosto de 2015

aquelas pessoas que falam e não ouvem

Há dias em que a predisposição a ouvir não é muita, mas lá estamos com tudo, faz parte. Mas no fundo, queremos mesmo é que chegue aquele momentozinho em que nos deixem falar também, desabafar um bocado do que foi o nosso dia, ou dias, ou semanas, tudo o que nos estiver a remoer no íntimo das nossas almas. Queremos falar e pronto. Também temos esse direito, ou não? Ouvimos, aconselhamos e depois ficamos ali à espera que chegue o nosso momento de libertação. Mas ele não chega. Nem em excesso de velocidade, nem devagar nem em câmara lenta. Não chega. E isso faz-nos sentir que existe um certo egoísmo do outro lado, mesmo que não intencional. O desenrolar da conversa vai em torno de tudo, e tu não tens coragem, nem espaço, para obter outra coisa se não o que ali tens. Imagina, 'pááára tudo que agora eu quero falar e tu vais ter que me ouvir'. Isso tem tudo de despropositado e inconveniente como de válido e merecido. Existem aqueles dias em que ansiamos mesmo por falar e aquela hora de desbobinar as nossas estúpidas palavras nunca chega, e até, já imaginas que não vai haver 'tempo' para ti, para as tuas coisas, muito ou pouco importantes, que tu gostarias tanto de partilhar. Como te sentes perante isso? Um dia vá, até aceitas. Dois dias engoles em seco e vamos embora que amanhã é melhor. No terceiro dia já é meio chato. Muito chato mesmo, para não dizer outra coisa. Seja qual for a relação, tem que haver espaço suficiente entre duas pessoas para ouvir e falar. Só assim faz sentido chamar relação. De outra forma, é denominado de uma outra qualquer coisa, que não a partilha mútua entre dois seres.

1 comentário:

  1. E no fim ainda dizem: "epah gostei muito de falar contigo"

    Mas a vida é mesmo assim, também há momentos que só nós falamos e se calhar os outros estão mesmo só à espera da sua vez.

    Abraço :)

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