quinta-feira, 17 de setembro de 2015

as pessoas não estão habituadas

Tive que ir aos CTT levantar uma encomenda, tirei senha e ainda fiquei uns 15 minutos à espera da minha vez. Queria ir ao ginásio e já estava a ver o tempo a passar e pensei que o melhor seria ir-me embora e voltar mais tarde. Peguei na minha senha e ofereci à pessoa que estava ali mais perto de mim, uma rapariga, que percebi que tinha chegado depois de mim. Só que a bom dizer, ficou a olhar para mim com uns olhos e uma cara como se lhe estivesse a oferecer droga à socapa. Lá emitiu um obrigado do fundo do intestino. Sabem aquela cara de espanto misturada com desconfiada e ainda com ar de 'bom, vou aceitar isto, mas vai já direitinho para o lixo (é uma senha senhores, uma senha) e a seguir vou desinfectar as mãos porque eu não lido com estranhos!'?!? É que foi mesmo este o ar que ela fez. Santa paciência. As pessoas não estão mesmo habituadas a dar nada a ninguém, a não receber também. A não serem simpáticas e a não se preocuparem com os outros. Podia muito bem meter o raio da senha no lixo, mas não o fiz, no entanto, depois de uma reacção destas quase que me apeteceu. É que aliado a toda esta reacção, não podemos esquecer que era de mulher para mulher. Ser simpática já é difícil então ser simpática de mulher para mulher aí já é demais. É caso mesmo para levantar a sobrancelha e bufar.

sem pertença

Tenho tantas palavras embrulhadas nos pensamentos que não consigo escrever com um só fio condutor. Fica demasiado confuso. Há dias assim. Em que não pertences a nada. A lugar nenhum. A gente nenhuma. Sou feita de amor, e acredito que o amor não foi feito para mim.